Uma equipa norte-americana de astrónomos anunciou esta semana a descoberta dos dois mais pequenos planetas fora do sistema solar. O anúncio surge uma semana depois de um grupo de investigadores europeus, integrando o astrofísico português Nuno Santos, ter revelado a descoberta de um planeta "Super Terra".
Apesar da "guerra" entre as duas alas de investigadores, os três planetas agora descobertos pertencem todos a uma nova classe designada "exoplanetas", dado que se localizam fora do nosso sistema solar.
De acordo com o anúncio da Nasa um dos planetas agora descoberto orbita muito próximo da estrela 55 Cancri, na constelação Câncer. O outro planeta descoberto orbita perto da estrela Gliese 436, que fica a 33 anos-luz da Terra, na constelação Leão. Este último planeta tem tamanho semelhante ao de Neptuno e orbita a 3 milhões de milhas da sua estrela, sendo que o seu movimento em torno da estrela demora cerca de 2.64 dias.
Um dos responsáveis da Nasa, em declarações à Newsfactor, afirmou que, com a descoberta destes planetas massa-Terra, "estamos a dar um passo inesperado para a próxima etapa de descobertas, ou seja, 'da mesma massa que a Terra'". Este investigador acrescenta que o passo seguinte é mais complicado, uma vez que "é difícil detectar esses planetas, justamente do tamanho da Terra".
Já foram descobertos até agora mais de uma centena de planetas fora do sistema solar através da observação com instrumentos de grande precisão. Estes cem planetas são normalmente da mesma massa que Júpiter, 318 vezes maiores do que a Terra, e de constituição gasosa.
Os novos planetas indiciam que os restantes sistemas planetários em torno de outras estrelas são muito semelhantes ao nosso. O planeta revelado pelas investigações de astrónomos europeus, segundo Nuno Santos, poderá mesmo aproximar-se da Terra, devido à sua estrutura rochosa. No entanto, a Nasa não adiantou qual a estrutura dos dois planetas que afirma ter descoberto, o que coloca novamente a equipa europeia em "vantagem".
A informação acerca destas descobertas parece ser apresentada como uma "guerra", facto que não é ignorado pelos próprios intervenientes. O anúncio desta descoberta, poucos dias depois de revelada a "Super Terra", leva mesmo um dos responsáveis da NASA a reconhecer que há competição neste campo, mas garantiu que se trata de uma rivalidade "saudável".
Estaremos a assistir a uma nova "corrida ao espaço", agora através do telescópio?